Margens do rio Nabão Tomar

, 1886

António Carvalho da Silva Porto

Óleo sobre madeira

37,5 × 56,5 cm
assinado
Inv. 229
Historial
Oferecido pelo autor a Columbano Bordalo Pinheiro, que o doou ao MNAC, em 1915.

Exposições
Lisboa, 1886, 110; Lisboa, 1894, 133; Paris, 1931, 48; Lisboa, 1932; Porto, 1993, 219, cor; Lisboa, 1950, 9; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2010.

Bibliografia
RAMALHO, 1887, 294; MACEDO, 1950, 9, p.b.; SILVA, 1993, 284, cor; LAPA, 1994, 30, cor.
Durante toda a década de oitenta Silva Porto viajou amiúde pelo país, inventariando os lugares com a nova paleta aberta à luz e ao colorido local. A cor terrosa e o azul esbranquiçado do céu fazem-se dominantes no entendimento da luz. A pincelada é espessa e lenta anulando a reprodução dos valores próprios dos referentes, como é o caso do rio. A distribuição da paisagem por áreas bem definidas vincula uma composição ritmicamente triangulada. A presença de uma figura, vaga, vem levantar um impasse que se prolongou pela obra do artista e que consiste na importância dada a esta – como aprendeu com Cabanel e viu em Troyon, – ou na indiferença que dela prescinde, como foi o caso do seu mestre Daubigny. Silva Porto nunca optaria definitivamente, desenvolvendo antes ambas as atitudes, numa postura algo indecisa.

Pedro Lapa