A feira

, 1910

Carlos Reis

Óleo sobre tela

277 × 400 cm
assinado e datado
Inv. 36
Historial
Este grande quadro deu entrada no MNAC, na direcção de Carlos Reis (1911 – 14), em substituição do quadro O pôr do sol, perdido em 1901 no naufrágio do vapor Saint-André, que transportava parte das obras de arte expostas na Exposição Universal de Paris, 1900. Integrado no MNAC em 1911.

Exposições
Lisboa, 1911, 124, p.b.; Madrid, 1912; Lisboa, 1913, 36; Lisboa, 1942, 42; Lisboa, 1945; Lisboa, 1963, 39.

Bibliografia
O Occidente, 1910, p.b.; ALBERTO, 1911, 114; ASSUMPÇÃO, 1911, 124, p.b.; COVARSI, 1912, 138; SAMPAIO, 1931, p.b.; Roteiro Ilustrado de Lisboa e Arredores, Lisboa, Guia de Portugal Artístico, 1935, 163, p.b.; BRAGANÇA, 1936, 11; GONÇALVES, 1942, p.b.; PAMPLONA, 1943, 160, p.b.; LACERDA, 1946, 380 – 381, p.b.; MACEDO, 1947, capa, p.b.; ; PAMPLONA, 1954, vol. III; Homenagem a Carlos Reis: Fundador e 1º Director do Museu, 1963, 22, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. II, 221, p.b.; FRANÇA, 1973, 337, cor; MATIAS, 1986, 106, cor; FRANÇA, 1988, 44, p.b.; MARÍN, 1989; COSTA, 1994, 29.
Obra tardo-naturalista por excelência, A feira corresponde tematicamente à pintura de Malhoa, na medida em que “a odisseia rústica nacional” de que falava Fialho a propósito deste, conhece aqui um receituário no qual se revêem tanto monárquicos como republicanos.
Se o tema desta pintura de costumes fora já tratado no romantismo por Leonel Marques Pereira, o naturalismo definitivo do tratamento fixa iconograficamente os signos de uma feira que se desenrola ao ar-livre, sob a grande copa de um enorme pinheiro-manso.
Camponeses e animais de carga dispõem-se como actores de teatro sob esta cenográfica copa, tudo pintado numa intensa carga cromática que vai dos verdes intensos da árvore e da vegetação rasteira aos vermelhos e amarelos vivos do traje e da terra ensolarada em primeiro plano, confirmando o pintor como um mitificador colorista do tardo-naturalismo ruralista.

Raquel Henriques da Silva
 

Outras obras do artista