Um caminho na Bretanha

, 1910

José Júlio Sousa Pinto

Pastel sobre papel

33,3 × 25 cm
assinado e datado
Inv. 263
Historial
Adquirido pelo Estado em 1916.

Exposições
Lisboa; 1916; 61; Lisboa, 1996, cor; Almada, 2001, 44, cor.

Bibliografia
PAMPLONA, 1943, 149; MACEDO, 1951, 10, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. IV; ÁVILA, 1996, 65, cor; Natura Artis Magistra: A natureza mestra das artes, 2001, 133, cor; FERREIRA, 2001, 90.


O pastel foi para Sousa Pinto um instrumento hábil da sua estética ecléctica, associando valores naturalistas com marcações mais modernas, provenientes do conhecimento da pintura pósimpressionista francesa. Assim acontece em Efeito de sol ao fim de tarde, 1913, onde exercita uma desmaterialização da luz, especialmente na zona sombreada.
Noutro registo, Efeito de tarde, 1915, um passeio à tarde, por Benfica, onde tinha uma casa, constitui pretexto para a representação de um pequeno trecho. Uma simplicidade perspectivada transforma o canto de jardim em tema. Os verdes amarelecem quando a sombra se esbate, contrariando a frescura que outros denotam quando a luz incide intensamente. Numa nota sensível e viva, as flores são descritas em pontuações vermelhas que dão à obra um colorido vibrante.
O artista utiliza um campo alargado de matizes nestes exercícios pictóricos, em momentos de realidades preferencialmente rurais. A sua descrição define-se na apreensão de pormenores filtrados por um registo de sensações e um envolvimento impressionista.

Maria Aires Silveira