Nadir Afonso

Chaves , 1920 Cascais , 2013

Concluiu o curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1948 e integrou o Grupo dos Independentes, nesta cidade, participando em todas as exposições realizadas até à sua ida para Paris, em 1946. Nesse ano parte para a Escola des Beaux-Arts, em Paris, para estudar pintura e, entre 1948 e 1951, frequenta o atelier de Fernand Léger onde descobre a atracção pela pintura geométrica e contacta com vários artistas internacionais de relevo. Após uma fase iniciática de introdução no domínio da pintura através do figurativismo e da representação do real, cedo revelando o interesse pela temática urbana, vive um período de experimentação através de uma estética surrealista que o introduz na passagem para o Abstraccionismo. No final dos anos 40 inicia a sua incursão no Abstraccionismo geométrico que irá desenvolver ao longo dos anos 50 com influências de referentes do real que marcam uma fase de intensa experimentação. Na primeira metade dos anos 50, desenvolve, paralelamente à actividade pictórica, trabalho na sua área de formação junto de arquitectos de renome, como Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Todavia, esta experiência profissional confirma a sua convicção de que a Arquitectura é uma ciência e não uma arte. Retoma então o contacto com artistas que se encontravam na senda da arte cinética. O interesse pelos fenómenos da óptica e da geometria e a evolução na pesquisa de regras compositivas, a par da exploração dos conceitos de espaço e tempo, alcançam o seu zénite com a criação da série Espacillimité (1956–63) – importante conjunto de trabalhos em que se distingue a singular «máquina cinética» com que participa no Salon des Réalités Nouvelles, em 1958. Integra também a galeria Denise René em exposições ao lado de Vasarely, Herbin e André Bloc. Em 1965 abandona definitivamente a arquitectura para se dedicar exclusivamente à criação artística e ao estudo crítico da «fenomenologia da geometria perceptiva» que publica em várias edições. É autor de uma extensa produção artística.

Adelaide Ginga