Sem título

, 1996

José Pedro Croft

Mármore e madeira

80 × 270 × 125 cm
Inv. 2862
Historial
Doacção do Grupo de Amigos do Museu do Chiado em 2004.

Exposições
Veneza, 1995; Lisboa, 1995; Lisboa, 2004; Castelo Branco, 2004, 47 cor; Lisboa, 2008; Lisboa, 2012.

Bibliografia
XLVI Bienal de Veneza, 1995, s.p.; TAVARES, 2004, 47, cor.
Retomando as questões diretrizes da tradição escultórica, Croft conduz uma indagacção sobre a impossibilidade da escultura atual através de uma cirúrgica e, portanto, eficaz e rigorosa investigacção em torno do espaço, entendido como interacção de volumes e vazios. Uma economia processual, assente na integracção de objectos utilitários, como ponto de partida para uma experimentacção sobre o espaço (uma mesa) e na posterior anexacção, de carácter proteico, como o próprio artista a qualificou, de materiais e formas procedentes de realidades heterogéneas e divergentes (quatro placas de mármore). Estas placas dispõem-se de forma a preencherem os vãos da forma elementar da mesa, assim delimitando o vazio interior e tornando-o visual e volumetricamente contabilizável, ao mesmo tempo que nos são subtraídas parcialidades do próprio objecto, provocando deste modo a sua desfuncionalizacção. Um jogo de tensões é suscitado pela ativacção do espaço falsamente vazio e pelas oposições entre vazio e cheio, entre a vida orgânica e a frieza do inorgânico, entre o claro e o escuro, entre a leveza e o peso.

Maria Jesús Ávila
 

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