José Pedro Croft

Porto , 1957

Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1981, sendo o início do seu percurso artístico marcado pela colaboracção no atelier do escultor João Cutileiro. Interessado pela tridimensionalidade, nas suas primeiras obras explora o baixo-relevo e a modelacção orgânica da pedra, tratando o tema da morte e do túmulo. Ao longo da década de 1980 o seu trabalho evoluiu para a exploracção da organizacção espacial, através do recurso à geometria e a referentes arquitetónicos. Surgem então obras que remetem para uma ideia de monumento, construídas por processos de sobreposição e fragmentacção do material. Na década de 1990 Croft centra-se no tratamento das qualidades intrínsecas da escultura (peso, densidade, estabilidade) e na exploracção das relações do volume com o espaço e com a luz. O mármore é substituído progressivamente por outros materiais, até que o artista se apropria de objectos do quotidiano, articulados com elementos escultóricos simples. Os espelhos são então introduzidos nos seus trabalhos, em jogos de desfragmentacção e desconstrução formais e espaciais. Para além do trabalho escultórico, o artista desenvolve as suas problemáticas através das disciplinas do desenho e da gravura. Em 1994 apresentou individualmente grande parte do seu trabalho no Centro de Arte Moderna da Fundacção Calouste Gulbenkian e no ano seguinte foi um dos representantes de Portugal na Bienal de Veneza. Em 2002 a sua obra foi exposta em retrospetiva no Centro Cultural de Belém. Foi galardoado com o Prémio Nacional Arte Pública e com o Prémio EDP Desenho em 2001, e com o Prémio AICA em 2007.

Joana Baião